Na manhã desta sexta-feira (3), teve início o júri popular do militar da reserva Gedival Souza Silva, acusado de matar o motorista Fábio Jhonata da Silva em 2021, no centro de Maceió, após uma briga de trânsito. Em seu depoimento, uma testemunha, um policial militar que participou da ocorrência, afirmou que foi realizada uma vistoria no carro da vítima, mas nenhuma arma foi encontrada. O acusado, em sua defesa, alegou que matou Fábio por acreditar 'piamente' que ele estivesse armado.
O julgamento estava marcado para o dia 22 de abril deste ano, mas foi adiado devido à ausência de três testemunhas consideradas imprescindíveis pela defesa, além da alegada falta de tempo para analisar o prontuário médico da vítima.
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"O serviço era nosso naquele dia. Enquanto estávamos parados devido ao trânsito congestionado, ouvimos tiros a cerca de 100 ou 150 metros à frente da guarnição. Como estávamos próximos aos camelôs, pensamos que era o som de alguma placa caindo e não acreditamos que fossem tiros de arma de fogo. Ao chegarmos ao local, taxistas e transeuntes nos informaram sobre os tiros e que um cidadão havia sido alvejado. Conseguimos avistar o cidadão sentado, consciente e gesticulando. Neste momento, recebemos a informação sobre a placa do veículo do suspeito que teria efetuado os disparos e decidimos tentar capturá-lo. Em ruas próximas, conseguimos encontrá-lo", narrou a testemunha, o policial Gomes dos Santos.
O depoente também informou que, ao ser abordado, o suspeito parou imediatamente, levantou as mãos e confessou ter cometido um erro. "Assim que me viu, ele não apresentou nenhuma reação. Então, dei voz de prisão", disse a testemunha.
Durante seu depoimento, a testemunha relatou que o acusado afirmou ter ido até o Centro para tratar da documentação de casamento e que, durante uma manobra de trânsito, o motorista teria fechado seu carro, dando início a uma discussão.
"A vítima desceu de seu veículo e ele [o réu] acreditou que ela estava armada, o que o levou a efetuar os disparos", reforçou a testemunha em seu depoimento.
O promotor de Justiça do caso, Napoleão Amaral, questionou se, de fato, havia uma arma de fogo no carro da vítima. A testemunha afirmou que uma revista foi realizada no veículo, porém nada foi encontrado.
Fábio era motorista e trabalhava em uma secretaria do município de Maceió.
SOCORRO NO HGE
Posteriormente, foi ouvida a assistente social que prestou assistência à vítima no Hospital Geral do Estado (HGE), para onde foi levada. Ela relatou que o paciente estava em estado desesperado, pedindo socorro e dizendo "me ajuda, não consigo respirar". Ele também pediu o celular para falar com a esposa.
Napoleão Amaral questionou se a assistente social chegou a ver os ferimentos da vítima. Ela respondeu que, em um primeiro contato, não viu, mas, quando o médico começou a examinar o paciente, ela observou os ferimentos nas costas do homem.
A assistente social também informou que, após a cirurgia, a vítima foi transferida para a UTI e morreu dias depois.
O júri acontece no Fórum do Barro Duro, em Maceió.